sábado, 27 de dezembro de 2014

Raquel Texeira na Educação. O nome certo no governo errado.

Raquel Texeira

O quarto governo de Marconi Perillo não será fácil e ele sabe disso. Traz um problema adicional: não haverá o antecessor para levar a culpa. Depois de gastar R$ 600 milhões em publicidade para permanecer em pé e ao final levar a reeleição, Perillo caiu na real e viu na reforma administrativa, cortando gastos e se desfazendo dos pesos mortos, a única opção para tentar tocar o novo mandato. Criou as supersecretarias e nelas procura colocar colaboradores eficientes. Na pasta da educação, que contemplará também cultura e esporte, foi anunciado o nome da Professora, ex-deputada federal, Raquel Teixeira. Ela assumirá pela segunda vez o cargo de secretária de educação. Teixeira é praticamente uma unanimidade entre o pessoal ligado a educação em Goiás. Esteve a frente da secretaria no primeiro governo de Marconi Perillo (1999-2001) e assumiu, no período de 2005 a 2006, a pasta da ciência e tecnologia. De inquestionável capacidade profissional, sensível aos problemas da educação como um todo, capaz de ouvir a demanda dos educadores e alunos, Raquel Teixeira é o nome certo para uma das mais importantes pastas do governo. Some-se a sua eficiência o respeito entre a classe política do estado e sua ilibada moral. Com dois mandatos de Deputada Federal, não pairam sobre sua pessoa nenhum fato que possa desaboná-la. Infelizmente, Raquel assume no governo errado. O Estado de Goiás iniciará o ano com uma dívida absurda de cerca de R$ 22 bilhões de reais e demandas urgentíssimas nas áreas da educação e segurança pública, talvez os maiores gargalos do quarto mandato de Perillo. A retirada da titularidade dos professores foi um duro golpe na classe docente do estado e a devolução desse direito não está assegurada pelo próximo governo, sobretudo por falta de condições financeiras de fazê-lo. E é essa a maior demanda dos professores estaduais. Sem condições de atendê-los nessa reivindicação, Raquel Teixeira corre o risco de assumir uma responsabilidade que não é sua e absorver todo o ônus de tal negativa. Por sua seriedade e respeito com a educação, a nova secretária não se furtará em assumir compromissos que, por ineficiência do governo como um todo, não poderá cumprir. Corre sério risco de sair desgastada desse segundo mandato a frente da Educação goiana. É, portanto, o nome certo no governo errado.

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