quinta-feira, 26 de fevereiro de 2015

Vereador fala sobre a crise financeira que atinge municípios goianos.

Batista, vereador (PSD)

Em visita ao editor do blog, o Vereador por Marzagão, cidade a 200 km de Goiânia, João Batista Martins Filho, ou simplesmente "Batista", como é conhecido na cidade, falou, entre outras coisas, da crise enfrentada pelas prefeituras do Estado. Batista, que é do PSD e está no exercício do segundo mandato como vereador, é um dos líderes da oposição local e faz questão de destacar que sua atuação é sempre propositiva e que privilegia os interesses da cidade e do seu povo. "Claro que um dos papéis do vereador é fiscalizar. E isso, obviamente, nós fazemos. Agimos, entretanto, sem o objetivo de inviabilizar os projetos efetivamente importantes e de interesse da população. Fazemos política de forma propositiva", assegura. Para o atuante vereador, as dificuldades financeiras enfrentadas pelos municípios, especialmente os goianos, deve-se, sobretudo, a famigerada prática do clientelismo que domina a política brasileira: "há uma prática recorrente do clientelismo, do toma-lá-dá-cá, onde o menos favorecido é o povo. As benfeitorias e o progresso muitas vezes são preteridos em virtude de vaidades políticas", pontua. Para Batista, há uma inversão na divisão do bolo arrecadado através dos impostos: "o município, que é onde o cidadão tem atendida suas demandas, onde trabalha e produz, é o que menos recursos recebe. Ironicamente, toda geração de impostos parte dos municípios. Essa é a administração mais próxima do cidadão, mas a que tem menos condições de atender suas necessidades". O Vereador entende que, embora não esteja na pauta do congresso, deveria haver um pacto federativo que invertesse a ordem na divisão da arrecadação de impostos. "O município deveria fazer jus a maior parte da arrecadação, porque assim teria mais condições de atender o pleito da população, como saúde, educação, segurança e lazer, além de prover o desenvolvimento local", diz. Em relação ao que tem sido divulgado pela Associação Goiana dos Municípios de que muitas prefeituras enfrentarão sérias dificuldades, inclusive quanto ao pagamento da folha do funcionalismo, Batista lamenta o tratamento que o Governo do Estado tem dispensado aos municípios, com cortes e atrasos no repasse de verbas de convênios assumidos. "Tem sido divulgado que a dívida do Estado para com os municípios já chega a R$ 120 milhões. Isso é algo inconcebível e que tem que ser resolvido com a maior brevidade possível, sob pena de inviabilizar algumas administrações", assinala. Por outro lado, o vereador marzagonense chama a atenção para o fato de que muitos prefeitos usarão o pretexto da crise financeira para esconder suas próprias incompetências: "muitas prefeituras já estavam no vermelho bem antes de se anunciar essa crise e isso em virtude da má administração de anos a fio. O povo tem que estar atento para que não seja ainda mais prejudicado sob o pretexto de dificuldades financeiras que assola os municípios pelo Brasil afora". Marzagão localiza-se no sul do estado, tem uma área de 228.091km2 e 2.182 habitantes, segundo dados do IBGE/2014. A renda per capita do município é de R$ 12.480,00, IDH-M 0,779 e PIB de R$ 26.009.000,00.

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